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Como disse no primeiro post, morei por um ano na Holanda em 2011. Vocês verão muitos posts sobre cidades holandesas por aqui.

Decidi fugir do padrão e não falarei agora sobre Amsterdam. Escolhi Leiden como a primeira a virar post porque morei pertinho de lá e tenho um carinho muito grande por essa cidade. Eu ia para Leiden praticamente todo fim de semana, fosse para passear, fazer compras ou só para pegar o trem na estação central.

Estação Central de Leiden

Além disso quero mostrar também que a Holanda não é essa maluquice de sexo e drogas que todo mundo pensa. 


Leiden é uma cidade linda! Tem cerca de 120.000 habitantes e abriga uma das principais universidades holandesas. Por ser cidade universitária tem uma movimentação bem legal, principalmente cultural. Localiza-se na província de Holanda do Sul, a cerca de 45 km de Amsterdam (meia hora de trem, aproximadamente). 

uma das ruas de Leiden
um dos antigos portões de entrada de Leiden
Apesar de ser pequena em tamanho tem muitas opções de cultura e lazer. Há muitos bares e cafeterias. Vou relatar agora alguns lugares que eu conheço, que visitei mesmo.

Museus
Um dos fortes da Holanda são os museus, e Leiden tem alguns muito importantes. O preço médio das entradas nos museus para turistas é de 10,00 euros. 

  • Naturalis: Museu de história natural: um museu muito legal sobre história natural. Seu acervo conta com animais, insetos, plantas, pedras, informações sobre o planeta e muito mais. É muito interativo e um ótimo passeio para crianças, principalmente em um dia de chuva! Site: http://www.naturalis.nl

  • Rijksmuseum Volkenkunde: é um dos museus etnológicos mais antigos do mundo. Seu acervo conta com objetos de diversas épocas e etnias, como índios americanos, tribos africanas, a cultura maori entre outros. É um museu grande em tamanho e acervo. Site: http://volkenkunde.nl/en

  • Molen de Valk: é um moinho que ainda funciona (fabrica farinha) e é aberto a visitação. A parte de baixo e do meio é uma casa e tem móveis e objetos antigos, além de ter exposta a parte mecânica do moinho. Na parte de cima é possível ter uma bela vista de Leiden. Site: http://molendevalk.leiden.nl/en/
o moinho De Valk
Jardim Botânico
O Jardim Botânico de Leiden é o mais antigo da Holanda, fundado em 1590 pela Universidade de Leiden. O jardim abriga espécies de diversos climas e países, tem até uma estufa com plantas tropicais! É muito lindo, principalmente na primavera.






Um passeio que vale a pena é alugar uma bicicleta e sair sem rumo pelas ruas de Leiden. A cidade é linda e qualquer lugar que você olhe é de admirar! Costumava fazer isso sempre. Ia pedalando da minha cidade até Leiden e quando cansava parava em alguma das diversas cafeterias para tomar um capuccino. Esses passeios me renderam fotos lindas.





Fortaleza de Leiden
Não me lembro muito bem da história desse forte, mas lembro que foi construído para proteger as pessoas de enchentes e de ataques, pois o forte além de ter um muro alto, fica em um ponto alto. Hoje está aberto a visitações e de dentro do forte é possível ter uma bela vista da cidade.

vista do forte
Feira de sábado em Leiden
Todos os sábados há uma feira no centro de Leiden vendendo de tudo: frutas, queijos, roupas... pena que não encontrei fotos que eu tirei na feira. Algo imperdível é comer o stroopwafel feito na hora, um biscoito típico holandês recheado com caramelo. É delicioso e o cheiro que fica na feira por causa desse biscoito é inesquecível!
Neste site tem mais algumas informações e fotos sobre a feira:  http://www.holland.com/br/turismo/artigo/mercado-de-leiden.htm

Haarlemmerstraat - principal rua de comércio de Leiden. Tem diversas lojas de roupas, calçados, perfumarias, presentes, doces, eletrônicos, brinquedos e muito mais. Às quintas feiras as lojas permanecem abertas até as 21h, algo que me deixava muito feliz pois neste dia eu tinha mais tempo para fazer compras! Nos demais dias úteis as lojas funcionam até as 18h. Aos sábados até 17h30.


Haarlemmerstraat


Restaurantes
Leiden tem restaurantes para todos os gostos! Não vou listar os que eu visitei, até porque não lembrarei o nome, mas próximo à estação há diversos restaurantes com culinária de diversos países como Itália, Argentina, Holanda, Tailândia...

Bares, pubs e night clubs

Devido à grande movimentação de jovens universitários Leiden tem vários bares, pubs e night clubs. Vou listar alguns que eu visitei.


  • Twee Spieghels: era o bar que eu mais gostava! Tinha música ao vivo nas noites de segunda feira e em outros dias da semana. A faixa etária dos frequentadores é bem variada, mas o que mais se vê são pessoas perto dos 30 anos. Aos domingos à tarde eu costumava dizer que era dia do "clube do whisky". O foco musical do bar é jazz e blues, e quase sempre tinha uma banda tocando. O bar é bem pequeno, mas muito aconchegante. O cardápio de bebidas é variado, contando com várias marcas de cerveja, vinhos e até Chocomel (um todynho holandês). 

  • Einsten: durante o dia funciona como restaurante, servindo refeições. Como o bar fica de frente para um canal, no verão são postas mesas na calçada. À noite funciona como bar e night club. As quartas feiras é a noite dos estudantes internacionais. É bacana pois você encontra estudantes de diversos países, mas achei muito cheio e barulhento.

  • North End: é um típico pub inglês! Estão sempre com a televisão ligada passando algum jogo de futebol. Servem comida, café e vendem Guiness.
Um dos ambientes do North End pub

  • Cafe Oliver: é um bar especializado em cerveja belga. Comparado a outros bares de Leiden é bem grande,  acho o lugar super aconchegante e bonito! Servem almoço e porções. Há um cardápio enorme de cervejas belgas, que variam desde as mais tradicionais à cervejas com sabor de frutas. Para quem não bebe cerveja há também café, sucos, refrigerantes e diversas bebidas alcoolicas. Site: http://www.cafe-olivier.be/

Eu visitei muitos outros bares e cafés, mas infelizmente não guardei o nome deles...
Há também festas que ocorrem em determinadas épocas do ano, como a Semana de Jazz e festa do dia 3 de outubro, que falarei depois.



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Ai, Londres...miss you!


Visitei Londres em junho de 2011, quando morava na Holanda. Por isso fui de ônibus com a empresa Eurolines. Paguei apenas 26 euros ida e volta. A viagem dura cerca de 10 horas, cada trecho. Peguei o ônibus de manhã e cheguei a noite em Londres, e até que a viagem não foi tão ruim, levando em consideração o preço que paguei. Fiquei 4 dias.



O ônibus dá uma volta enorme pra chegar: sai de The Hague, desce a Holanda (Rotterdam e Breda), vai pra Bélgica, passa por Bruxelas, e depois vai rumo à costa da França. Lá passamos pelo controle de fronteira (que pra mim foi super tranquilo) para entrar na Inglaterra. Quem não é cidadão europeu tem que preencher um papelzinho dizendo quantos dias irá ficar, onde (hostel, hotel, casa de amigo, etc...) com o endereço completo, por que está indo pra Inglaterrar. A moça da imigração me perguntou umas 3 vezes se eu iria trabalhar lá! 

Ah, da França para Inglaterra o ônibus tem que cruzar o Canal da Mancha. Para essa travessia há duas opções: a balsa ou o Eurotunel. Na ida eu fui pelo Eurotunel e achei a experiência MUITO LEGAL! O ônibus e os carros entram em um "trenzão" que vai pelo túnel embaixo do mar até chegar na Inglaterra. Não dá pra ver nada, mas imaginar que aquele trem está embaixo do mar é incrível! É rapidinho. Em meia hora estávamos lá. Saindo do Eurotunel, mais umas duas horas de ônibus até Londres.

Como eu era au pair e não tinha muito dinheiro pra viajar fui atrás de hostel, mas Londres é uma cidade extremamente cara e até os hostels eram caros. Procurei alguém que pudesse me receber pelo Couchsurfing e conheci a Lucy, uma legitima londrina que hospedou a mim e minha amiga, que chegou antes de mim.

Quando cheguei tinha anotado o endereço, as direções de como chegar lá e o telefone dela. Só que a bateria do meu celular resolveu acabar bem quando cheguei. Fui ligar pra Lucy de um orelhão, pois estava perdida, e já gastei umas 2 libras a toa pois não consegui falar com ela! Começa aí meu empobrecimento inglês. E como eu ainda não entendia bem o esquema do metrô de Londres gastei QUATRO LIBRAS para pegar metro, minha gente. Façam as contas aí: 4 libras = (aprox) 5 euros ou 11 reais!!!!!!!! 

Dica: ao chegar em Londres já compre seu Oyster Card, que é um cartão que oferece descontos no transporte público de Londres. Depois eu comprei um para 5 dias. Você paga um valor e usa à vontade metro e ônibus pelo tempo que o cartão permitir.

Enfim...quando encontrei o endereço da Lucy ela não estava em casa. Achei um pub na esquina da casa dela e fui pedir HELP. As moças me deixaram usar o telefone DE GRAÇA, e ainda me deram um copo de água! Gente legal existe sim =) Fiquei por lá esperando, e tentando falar com Lucy. Consegui falar com ela depois de quase meia hora! Nisso já eram quase 23h, e depois que finalmente nos encontramos fomos até sua casa, conversamos um pouco e pude descansar.


A Lucy trabalhava em um pub/restaurante e como seus horários não eram muito regrados ela deixava a chave da casa atrás de um vaso que ficava na rua! Olha a confiança da pessoa. Essa questão da segurança por lá é coisa de outro mundo!



No dia seguinte eu fui até a Oxford Street, uma rua conhecida como centro de compras. Tem desde lojas caras à lojas baratinhas. Fiz umas comprinhas por lá, depois fui ver o Big Ben, London Eye, Parlamento. Detalhe, estava tão quente nesse dia que depois das compras entrei em um banheiro e vesti a saia e a blusinha que comprei, além da sandália que ferrou meu pé todinho! Depois disso fui até Waterloo Station e comi alguma besteira por lá.


London Eye
Ah sim, comi muita besteira em Londres por causa do preço alto das coisas. Com certeza deve haver alguns lugares onde se come bem e um pouco mais barato, mas essa dica eu perdi. Sem contar que o fogão da casa da minha host estava quebrado então nem pude cozinhar lá =(

Acordei cedo dia seguinte, com uma bolha enorme no pé! Fica a dica pra vocês: se forem viajar para lugares onde você tem certeza que vai andar bastante, use tênis e nunca arrisque usando sapato novo! 



O tempo virou e esfriou. Fui para o Camden Town, que é um bairro bem peculiar e eclético de Londres, com mercado a céu aberto (vulgo camelódromo), pubs e restaurantes. Lá você encontra tudo o que podemos chamar de exótico e diferente, desde moda punk como roupas de couro com tachinhas, à vestidinhos inspirados nas pinups dos anos 60. Há muito artesanato, roupas, sapatos, discos e cd's e lojinhas que vendem souvenirs ingleses. Comi um kebab em uma barraquinha. Estava tão apimentado que quase chorei. Dica: se forem comer kebab na Europa perguntem se vem pimenta. 


CandemLock: um dos mercados do Candem Town

Dentro do Camden Lock

Nesse dia ainda deu pra ir até a Tower Bridge, outro cartão postal de Londres e que vale a visita. É muito linda! É possível subir nela para ver a vista. 

Tower Bridge, sua linda!
Atravessando a ponte chegamos na Tower of London, um monumento histórico de Londres bem antigo do século XI. É possível fazer uma visita por dentro, mas o preço é bem salgado e não entrei.


A noite fui ver o Big ben e a London eye acesos. Decepçao....estava frio, estava cansada, não achei nada de mais ver esses pontos acesos e o metrô fechou no momento que cheguei e pra voltar tive que pegar uns 2 ônibus.

No dia seguinte ainda estava frio. Fui visitar a King's Cross Station pra ver de perto a plataforma 9 e 3/4 do Harry Potter. Outra decepção, pois a plataforma onde ficava a plaquinha "Platform 9 3/4 estava em reforma. Hoje já reformaram tudo e você não passará por essa decepção!
Olha que sem graça a "plataforma" do Harry Potter.
Ao lado da King's Cross Station tem a Saint Pancras International Train Station, linda por dentro e por fora!

St. Pancras Station
Logo depois fui ao Museu de História Natural, mesmo com uma bolha gigante ainda latejando no meu pé! Queria aproveitar ao máximo minha estadia em Londres, ainda mais sabendo que os museus são gratuitos! O museu é incrível! É grande e tem muita coisa para ver. 

Museu de História Natural
No dia seguinte, meu último dia, fui ao Museu Britânico, outro passeio imperdível! No acervo há obras de diversos lugares e épocas. A entrada também é gratuita.

Exterior e interior do Museu Britânico
À tarde fui novamente ao Candem Town, voltei para buscar minha mala e fui para a rodoviária. Meu ônibus saía as 19h, e eu passaria a noite no ônibus. Dessa vez, nada de eurotunel. O onibus entrou numa balsa (ou ferry como chamam) e demoramos quase uma hora para sair do lugar.



Fato engraçado:

Cheguei na Holanda antes das 6h da manhã, em Den Haag, e fui pegar o trem para minha cidade. Só que comprei o ticket com desconto, sabendo que o desconto só é válido após as 9h, e antes das 21h, pois eu não tinhas moedas suficientes para comprar a tarifa cheia nas máquinas (as máquinas não aceitam notas) e os guichês que aceitavam notas estavam fechados. Fui pega por um fiscal! Estava somente eu naquele vagão. Gelei! Mostrei o ticket, como se eu não soubesse de nada, e o cara me diz que estava errado, que eu ia levar uma multa de 38 euros por usar desconto fora do horário. Eu me fiz de brasileira (não me orgulho disso!) e disse que não sabia disso, e ele disse que não tinha perdão: eu teria que pagar a multa. E eu dizendo "i didn't know, i didn't know"....até que perguntei: "ok, como faço pra pagar essa multa?" Depois de um belo sermão o fiscal me disse que não me multaria, mas que não era pra eu fazer aquilo de novo, e ficou com meu bilhete. Gente, eu gelei, e nunca mais ousei burlar as regras nos trens holandês!


Dicas:
Há diversos museus gratuitos em Londres. Se eu tivesse mais tempo teria visitado todos! Aqui está a lista de alguns museus gratuitos:
- Museu Britânico
- Museu de História Natural
- National Gallery
- National Portrait Gallery
- Tate Modern
- Tate Britain: museu de arte britânica
- Museu da Ciência

Para quem vai à Londres na primavera ou verão, uma ótima dica é aproveitar os parques. Eu não fui em nenhum e me arrependi.
Alguns parques conhecidos de Londres:
- Hyde Park: o maior de Londres.
- Regents Park
- Victoria Park
- St. James Park
- Green Park

Como vocês perceberam eu não visitei o Palácio de Buckingham, onde ocorre a troca da guarda. Não fui à Abbey Road, local famoso pela foto dos Beatles atravessando a rua, não tirei foto e nenhuma cabine telefônica vermelha e com certeza não vi mais um monte de coisas, pois fiquei pouco tempo em Londres, e essa cidade é enorme!

Mas ficam aqui as minhas dicas para um roteiro curto.


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Barcelona
Sempre quando conto sobre as viagens que fiz ou que farei,  alguém pergunta: 
"-Vai com quem?"

Quando digo que vou/fui sozinha há sempre um espanto:
- Você não tem medo?
- Porque você viaja sozinha?


Sempre que vou viajar eu aviso alguns amigos mais próximos e convido-os para irem comigo. Já deixei de fazer algumas viagens por falta de companhia ou para esperar outra oportunidade em que amigos pudessem ir junto, mas hoje não faço mais isso. Agora quando surge a oportunidade de viajar eu vou e quem quiser que me acompanhe!

Você deve se perguntar: "- Não é chato, solitário ou entediante viajar sozinho?"
Não! Quando viajo sempre fico em hostels, e nesses lugares quase sempre encontro pessoas que também estão sozinhas, e raramente fico completamente sozinha em alguma viagem. 
Já aconteceu sim de eu viajar e ficar dias passeando sozinha sem ter conhecido alguém para juntar-se a mim ou conversar, e sim, foi muito chato. 


1. Amigos que conheci no hostel do Rio de Janeiro
2. Galera que fez a trilha no parque da Chapada dos Veadeiros
Sou uma pessoa tímida e um pouco fechada. Viajando sozinha eu aprendi a aceitar minha própria companhia e a ser mais sociável. Isso abre portas para conhecermos outras pessoas, conversar sobre diversos assuntos e aprender mais, além de entender melhor quem nós somos. É bom passar um tempo a sós consigo mesmo. Se você não suporta sua própria companhia é porque há algo errado aí!

Pamukkale - Turquia
Há pontos positivos em viajar sozinha:

  • Eu faço meus horários. Isso anula a possibilidade de discussões durante uma viagem. Sempre tem o atrasado do grupo! Viajando sozinha eu saio e volto a hora que quero.
  • Eu defino meu roteiro, onde vou comer, o que vou fazer, onde vou ficar. Isso me faz ganhar um tempo enorme!
  • Você se abre mais para conhecer coisas novas, pessoas, aprende a quebrar certos preconceitos e a confiar um pouco mais nas pessoas.
  • Eu aprendi a tirar fotos BOAS sozinha, sem ter que apelar para os "selfies" da vida. Ter que tirar fotos sozinha aumentou meu poder criativo e me rendeu fotos incríveis que talvez eu não teria feito se estivesse com outras pessoas. Descobri novas possibilidades de ângulos, composições, e situações para fazer fotos diferentes do convencional.
Jardim Botanico de Madrid
É claro que viajar sozinha tem seus contras, e devemos ter atenção redobrada. Não vá sair por aí abrindo sua vida para qualquer um, nem ande sozinho a noite por lugares desconhecidos. Manter um certo nível de desconfiança é fundamental. 

Acho que toda pessoa deveria ao menos uma vez na vida, fazer uma viagem sozinha. Comece com um passeio. Experimente ir sozinho a algum parque que você não conheça, a um museu, a um show. Se for um pouco mais corajoso, faça uma viagem de fim de semana. Escolha lugares agitados e dê preferência à hospedagem em um hostel. Depois conte como foi a experiência :)

Barcelona


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Post super longo, mas vale a pena ler inteiro, pois esse foi simplesmente um dos lugares mais lindos que já vi! Foi uma viagem maravilhosa, apesar de eu ter ficado somente 5 dias por lá. Conheci pessoas muito queridas, vi lugares maravilhosos e voltei renovada pra SP.

Digo que essa foi a viagem das caronas, pois o que eu consegui de carona nesse lugar não foi brincadeira! Aliás, tá aí uma maneira de economizar nas viagens: caronas!


A Chapada dos Veadeiros fica em Alto Paraíso de Goiás, uma cidade que fica aproximadamente a 220 km de Brasília. Depois das duas noites em Brasilia meu plano era ir de ônibus para Alto Paraíso no sábado de manhã, pois reservei um hostel lá. Porém, um rapaz do CouchSurfing (olha ele ai de novo!) me ofereceu carona pra ir na sexta feira para São Jorge, uma vila que faz parte de Alto Paraíso, e onde é a porta de entrada para o parque da Chapada. Aceitei a carona, mesmo sabendo que todas as pousadas e hostels de São Jorge estavam lotados. Estava morrendo de medo de chegar lá em São Jorge e não conseguir lugar pra ficar, nem ter como ir para Alto Paraíso e acabar tendo uma noite de mendiga, mas fui mesmo assim acreditando que tudo daria certo. E deu!

1º dia - sexta
Saímos de Brasília por volta das 8h30. O carro tava lotado! Cinco pessoas e suas respectivas bagagens, sem contar que a bagagem do pessoal incluía barracas, cobertores e colchões infláveis, pois eles iam acampar. A turma era bem legal, tirando uns hábitos pouco saudáveis deles...
No meio do caminho paramos na Lanchonete Portugal, um lugar onde a turma me falou que vendia a melhor coxinha ever. Realmente era boa, grande e barata!





a caminho da Chapada
Já quase chegando em São Jorge paramos novamente no meio da estrada onde vendiam cachaça e licores artesanais dos mais diversos sabores. Podemos provar todas as cachaças e licores e são realmente muito bons!
Chegando finalmente em São Jorge, o pessoal foi procurar por vaga em camping, e eu em alguma pousada, mas tava tuuudo lotado, pois estava acontecendo o encontro de culturas por lá. As meninas acharam o camping, armaram a barraca, e me ofereceram lugar pra dormir com elas aquela noite, e eu aceitei, pois nao teria como ir a Alto Paraíso, que fica a 36 km de São Jorge, e não tinha onde ficar por lá. A barraca era grandona e elas tinhas dois colchões infláveis de casal. Então deu pra se acomodar bem. Já era umas 15h quando a gente arrumou tudo, e eu pensei "bacana, dá tempo de fazer um passeio, pegar uma cachoeira..." mas a turma pensou: "vamos pro bar, ficar bebendo até anoitecer". Blé! Eu doida pra pegar uma cachoeira.... Demos uma voltinha pela vila e as meninas depois foram num outro camping encontrar outros amigos. Fiquei no bar um tempinho com eles, mas tava me sentindo muito mal em ficar lá, pois o povo curtia umas coisas "diferentes" do que eu curto. 
Aliás, em São Jorge tem muita gente chapada (seria pra combinar com o nome da região?). Eu reamente fiquei muito mal em pensar que estava ali sozinha no meio de um monte de gente bêbada e drogada. Decidi ficar andando sozinha pela vila e fui comer e dar uma volta na cidade. Comi e fui pra barraca me arrumar para dormir. As meninas chegaram, tomaram banho, fumaram e beberam mais, e foram pra farra. Nesse meio tempo a luz da cidade acabou, e eu pude ver um céu estrelado que nunca vi na minha vida! Que coisa mais linda! Pena que minha câmera não conseguiu pegar essa imagem.

2º dia - Sábado
Acordei cedinho achando que estava chovendo, pois o vento era tão forte que parecia barulho de chuva, mas resolvi dar uma espiada, e vi um céu azul lindo-lindo-lindo! Levantei, me arrumei, fui tomar café em um restaurantezinho e parti para entrada do parque. Avisei as meninas que eu estava indo, convidei-as para o passeios mas elas preferiram dormir mais. 
Chegando na entrada do parque esperei chegar mais gente pra formar um grupo para pegarmos a trilha. E é assim que funciona o esquema para entrar no parque da Chapada: você tem que ir com guias locais que cobram por grupo de aproximadamente 10 pessoas. Por isso é legal esperar juntar uma galera, assim cada pessoa paga cerca de 10,00 reais o guia. A entrada no parque é gratuita. Há duas opções de trilhas: a dos Cânions e a dos Saltos, ambas com aproximadamente 10 km de extensão (ida e volta). Escolhi a dos cânions, mas o 1º cânion tava fechado =(. Fechamos um grupo com 12 pessoas, R$10,00 cada uma, e fomos. A trilha é bem puxada, dura cerca de 8 horas o passeio todo, mas a chegada nas cachoeiras compensa qualquer esforço. É um lugar incrível!


Cachoeira na trilha do Cânion II
Depois das cachoeiras da trilha do cânion, fomos para a cachoeira Carioquinhas. Essa trilha é mais difícil. Tem muitas pedras, sobe-e-desce, e cansa muito, mas também vale muito a pena todo o esforço. Acho que para pessoas mais idosas, crianças e indispostos é um passeio muito puxado. Eu achava que não ia conseguir fazer outro passeio desse no dia seguinte. Mas como eu disse, a cachoeira compensa o esforço. Vejam vocês:
Cachoeira Carioquinha
Terminamos o passeio e eu ainda tinha que ir para Alto Paraíso, onde estava meu hostel. O problema é que o único ônibus que faz esse trajeto São Jorge - Alto Paraíso só fazia uma viagem por dia, de manhã! Eu não queria ficar mais uma noite dormindo em barrava. A sorte é que durante a trilha conheci uma turma de Brasília que estava m indo para Alto Paraíso abastecer o carro depois do passeio, e peguei carona com eles! Segunda carona da viagem ;)
Como eu já tinha deixado minha mala pronta no camping passamos lá, peguei a mala, deixei um bilhetinho para as meninas agradecendo por tudo e fui para Alto Paraíso. Chegamos em Alto Paraíso e fiquei no posto de gasolina. Almocei em um restaurante que tinha lá, liguei para o hostel e a moça foi me buscar no posto de gasolina onde o menino me deixou. Chegando no hostel já senti um clima diferente. Fiquei no Hostel Catavento, e recomendo muuuito! O lugar é uma graça! A dona do hostel recebe os hóspede como se fossem amigos, me deu toda a atenção do mundo. O café da manhã é uma delícia, com pães, queijo, presunto, frutas, bolo, sucos... e o lugar é uma tranquilidade só. Tem piscina, sauna, espaço pra camping. Um sonho! E é baratinho. Além dos quartos compartilhados tem quarto para casais. Conheci pessoas muito legais lá. Nessa primeira noite no hostel chegou no meu quarto uma moça de Brasília, e conheci um rapaz que também é de São Paulo e combinamos de no dia seguinte irmos juntos para outro passeio.
Hostel
3º dia - domingo
No dia seguinte a moça de Brasília que estava de carro, nos levou para São Jorge, e fizemos a trilha dos Saltos, no parque da Chapada. Uma família que estava no hostel também foi para a mesma trilha, e fizemos os passeio juntos. Foi muito legal! Na volta da trilha, que foi menos árdua que a do dia anterior, passamos no restaurante da Téia. Recomendo! Tem uma comida caseira deliciosa, feita em panelas de pedra, e o preço é ótimo. Voltamos para Alto Paraíso, ficamos conversando um pouco, e depois fomos dormir.



restos de cristais na trilha dos Saltos
Terceira e última cachoeira da trilha dos saltos.
Há pequenas quedas d´água para a gente se banhar
4º dia - segunda
Nesse dia a moça de Brasília voltou para Brasília, e o rapaz de São Paulo foi fazer um passeio com guia que custava R$100,00 !!! Por isso eu resolvi fazer a trilha da Loquinhas, uma trilha em Alto Paraíso mesmo. A moça de Brasília me deu carona e me deixou no meio do caminho, e eu continuei a pé. Acho que andaria mais uns 2 km até a trilha, mas em menos de 5 minutos de caminhada uma família passou de carro e me ofereceu carona. Eles também eram de São Paulo. Estavam em 4: pai, mãe e um casal de filhos, com 9 e 13 anos. Uns fofos! Fizemos o passeio juntos e depois de terminar esse passeio, me convidaram para passar o dia com eles. Me senti adotada, hehe. Depois da Loquinhas, fomos para a Cachoeira Cristal, e em seguida, vale da Lua. 
1. indo para Loquinhas
2. Uma das quedas da Loquinhas
Cachoeira Cristal. Última queda. Véu da Noiva


A caminho do Vale da Lua
Vale da Lua


Vale da Lua


Depois do Vale da Lua fomos para São Jorge e "almojantamos" no restaurante da Nenzinha, muito bom também! A família me levou de volta até meu hostel. Me senti super a vontade com eles, e me convidaram para passear com eles no dia seguinte.

5º dia - terça 
Terça feira foi meu último dia pela Chapada. Como eu já tinha feito as duas trilhas do parque e o Vale da Lua (que são as principais atrações da Chapada), eu já tava mais que satisfeita, e o que viesse nesse dia era lucro! De manhã a minha família adotiva passou no meu hostel pra me pegar (eles estavam hospedados em Alto Paraíso também) e fomos rumo à fazenda São Bento. Lá tem três cachoeiras: São Bentos, Almécegas I e Almécegas II. Começamos pela mais difícil: Almécegas I. A trilha é fácil no começo, mas a medida que vai chegando perto da cachoeira vai ficando difícil, pois temos que descer um grande desnível em um caminho cheio de pedras e muito inclinado.


Cachoeiras Almécegas I e II
Depois desse banho todo de cachoeiras, fomos para a Aldeia Multiétnica, um pouco depois de São Jorge. Essa aldeia fazia parte do festival de culturas que estava acontecendo na cidade, e lá havia várias tribos de índios de diversas partes do Brasil, inclusive tribos onde havia pessoas que não falavam português. Logo quando chegamos uma tribo de índios Xingu estavam se apresentando.
Apesar de ter gostado muito de ver de perto uma aldeia, também achei estranho, pois eles estavam expostos como uma  atração, inclusive a casa deles. Podíamos entrar na oca onde vários índios estavam dormindo na rede. Uma hora fui tirar foto de duas crianças e elas me disseram : "foto, dinheiro". Ou seja, eles viraram mesmo uma atração, e sinceramente, acho que estão certos em pedir dinheiro, pois da maneira como estão expostos, parece que são artistas de circo. Não sei como é isso para eles, mas eu não vejo como algo legal. Enfim, eu mesma tirei várias fotos, fiz daquilo uma atração pra mim, então não posso falar muita coisa contra isso. É algo controverso. 

Aldeia multiétnica
E depois disso fomos à cachoeira Raizama, mas eu não fiz a trilha porque estava exausta. A mãe e as crianças ficaram comigo, e o pai foi lá fazer a trilha. Provamos o famoso empadão goiano em uma lanchonete em frente à entrada da cachoeira. Depois fomos novamente pra São Jorge, comemos mais, e voltamos para Alto Paraíso. Mais tarde a dona do hostel nos recomendou um restaurante lá em Alto Paraíso, e disse que a dona do restaurante nos daria um desconto. Os preços até que não eram caros, levando em conta a qualidade e o ambiente do restaurante, e a comida era maravilhosa! Vale a pena. É um restaurante lindo, com pratos sofisticados e um ambiente super acolhedor. Vale a pena ir, chama Jambalaya.

No dia seguinte eu ia pra Brasília de manhã, e adivinhem ... a família também! Me deram carona até lá, almoçamos juntos no Brasília Shopping, me despedi deles e fui para o aeroporto lá pelas 15h, pois meu voo saía as 18h.

Ufa! Essa viagem daria um livro. E ainda tem gente que me acha louca por viajar sozinha. Tem como não querer viajar sozinha passando por experiências como essa?




Dicas uteis:
  • A entrada em cada cachoeira é paga, e custa normalmente R$10,00 cada. A entrada ao Parque da Chapada é gratuita, mas é necessário ir com um guia, que é pago. 

  • A entrada na trilha Loquinhas custa R$15,00. A entrada nas cachoeiras Almécegas I e II também custa R$15,00, e além de poder entrar nessas duas, também te dá direito a entrar na cachoeira SãoBento.

  • Se puder, vá ao mirante para ver o por do sol. Fica próximo à entrada do parque da Chapada.

  • Se for ficar hospedado em São Jorge, encha o tanque, pois não há posto de gasolina lá, só em Alto Paraíso.

  • Não sei se São Jorge estava cheeeia de gente, assim...meio hippie, alternativa,  por causa do festival, ou se é frequentemente assim, mas eu preferi mil vezes ficar hospedada em Alto Paraíso, que é mais tanquila, tem uma infra estrutura melhor e é asfaltada.

  • A visita à Chapada dos Veadeiros no inverno é ótima. O clima é bom, quase não chove e é possível SIM entrar nas cachoeiras em pleno inverno. Só a noite que faz um friozinho, e às vezes friozão, assim de dez graus ou menos, então leve roupas de verão E de inverno ;-)
  • Viajar pra Chapada sem carro é meio ruim, mas é fácil conseguir carona. Eu dei MUITA sorte com caronas. Aliás, há um ponto na saída de Alto Paraíso onde várias pessoas ficam paradas pedindo carona.
  • Em São Jorge é muito comum "almojantar" no fim do dia depois dos passeios, pois as trilhas principais da vila são longas e as pessoas costumam terminá-las no fim da tarde. Eu almocei em dois restaurantes muito gostosos e com preço bom: o restaurante da Téia e o da Nenzinha. É esquema de comida caseira por quilo, e é uma delícia, além do preço ser bem acessível! Há outras opções de restaurantes e lanches.

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Em julho de 2012 viajei sozinha para a Chapada dos Veadeiros mas para chegar lá peguei um voo até Brasília, e então fui para a Chapada, lugar incrível que merece um post bem detalhado. Farei isso em seguida deste.
Fiquei duas noites em Brasília. O tempo colaborou muito comigo e peguei sol e céu aberto a viagem inteira!

Confesso que Brasília não é uma cidade que fazia parte dos meus planos de viagem, mas até que eu gostei. Também não fiquei quase nada na cidade para deixar uma opnião formada.

Brasília é dividida em setores. Tem setor pra tudo! Setor hoteleiro, setor de diversões, setor residencial, hospitalar, etc etc etc, e isso é péssimo pra quem não tem carro (EU!), por isso eu só visitei o básico do básico.

Como hotel em Brasília tava caro e o único hostel ficava meio fora de mão, procurei por hospedagem no couchsurfing, mas a moça que me receberia não pôde me receber e tive que procurar hotel correndo dois dias antes de chegar, o que resultou em perda de dinheiro. Por sorte encontrei no Booking.com um hotel com um preço "razoável" (150,00 a diária!!) no setor hoteleiro norte . Sério, 300 reais pra ficar 2 noites num hotelzinho mais ou menos é de doer o coração! Mas ok, tive que tirar o escorpião do bolso e pagar a bolada. Fiquei no hotel "El Pilar", perto do Brasília shopping. O hotel é bem simples, o quarto era ok, tinha tv, banheiro, tudo muito limpo. O ponto forte foi a localização e o café da manhã. Mas para passar apenas duas noites tava ótimo, só o preço que achei caro. Ah, no geral os hostéis em Brasília são caros, e parece que no meio da semana são mais ainda por causa dos políticos que vão lá para "trabalhar".

Cheguei em Brasília na quarta feira a tarde, e como o voo da Gol só deu uma bolachinha e um suco, cheguei morrendo de fome. Quando fui pro Rio, fui pela TAM, e pelo menos eles tinham umas coisinhas a mais pra oferecer DE GRAÇA, pois a Gol tava vendendo as coisinhas dela, e só ofereceram de graça a bolachinha e o suco porque deu pau na maquinha de cartão. ABSURDO!

Meu hotel ficava pertinho do Brasília Shopping, então deixei as coisas lá no hotel e fui comer. Como estava cansada não fiz passeio nenhum nesse dia. O tiozinho do hotel veio me oferecer um tour por SETENTA REAIS. Ah vá! Em frente ao Brasília Shopping tem um ônibus daqueles de dois andares que faz um tour por 25,00 reais. Fica a dica! Aliás, achei o Brasília Shopping meio fresquinho com umas lojas de grifes famosas, preços caros e uma praça de alimentação pequena.

No dia seguinte fui fazer o tour com o ônibus, e foi bem bacana. Passou em frente por praticamente todos os monumentos relacionados ao governo, mas só fez três paradas rapidinhas. Passamos pela torre de TV, estádio, museu nacional, Catedral, esplanada dos ministérios, praça dos três poderes, ponte JK, palácio da alvorada, e voltamos pelo outro lado da esplanada. As paradas foram na catedral, praça dos três poderes e palácio da alvorada.


Museu Nacional

Dentro da Catedral

Não sei se Brasília tem muita coisa a mais para se fazer em relação a turismo. Fica aqui como dica os lugares que não visitei por falta de tempo: museu nacional, memorial JK, passear no Parque da Cidade, ver o por do sol na torre de TV digital (fica meio afastada da cidade).





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