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Depois dos três dias viajando pela região do salar de Uyuni comecei a rota de volta à Santa Cruz de la Sierra (Potosí - Sucre - Santa Cruz). Voltei a Uyuni e fui comprar passagem para Potosí. A viagem durou cerca de 4  horas. Não reservei hostel e tive que ir atrás de um chegando lá.

Potosí estava na minha rota apenas por estratégia. Não sabia quase nada dessa cidade e não tinha vontade de parar aqui para conhecer. Ainda bem que parei!

Conhecer Potosí foi uma agradável surpresa!  Na entrada da cidade, ainda no ônibus, pude ter aquela mesma impressão que tive nas outras grandes cidades: pobreza e sofrimento, casas mal acabadas, ruas sujas. Mas o centro histórico tem outra cara!

A cidade está a quase 4.000 metros de altitude. Cheguei lá à noite, cansada, com mais de 10 quilos de mochilão nas costas e tive que andar pra encontrar vaga em hostel. Detalhe: Potosí é cheio de ladeiras! Imaginem o drama...Enquanto andava tive que parar várias vezes por sentir falta de ar. Logo achei um hostel, mas recomendo chegar lá já com lugar reservado para ficar! Devido à sua localização estratégica, sendo rota para o Salar de Uyuni e para Santa Cruz, há muitos mochileiros e turistas por lá, ou seja, há uma boa oferta de hostels, hotéis e pousadas.

Potosí é uma cidade antiga e declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Foi fundada em 1546 com a chegada dos espanhóis. A cidade é pequena, mas um charme! Me encantei! Não esperava tanto de Potosí. Esse charme da cidade dá-se em parte pelas construções, herança da colonização espanhola. Porém, a história da exploração espanhola sobre o povo boliviano (e de todo o resto da América Latina) é bem triste.  O povo Inca povoava a região até então. Assim que as minas de prata foram descobertas pelos espanhóis iniciou-se um período de intensa extração e exploração (tanto da prata quanto da terra e do povo). Dizem os bolivianos que a quantidade de prata extraída foi tanta que seria possível construir uma ponte de prata da Bolívia até a Espanha, carregando prata! 

Em pouco tempo a cidade cresceu absurdamente, alcançando seu apogeu no século  XVII. Chegou  a ser a segunda cidade mais populosa e mais rica do mundo mas logo a prata começa a se esgotar e a cidade entra em decadência. Hoje, o departamento* de Potosí é o mais pobre da Bolívia. 

* Departamentos são divisões que se comparam aos nossos estados. Além da cidade de Potosí há o departamento com mesmo nome.

Hoje em dia há tour guiados para visitar as minas de prata ainda ativas, mas as condições de trabalho dos mineiros são tão deprimentes que não tive coragem de fazer esse "tour". Os trabalhadores ficam horas e horas trabalhando no escuro, em um lugar claustrofóbico com ar escasso e inalando poeira. 

Bom, como passei apenas um dia em Potosí resolvi focar meu passeio no centro histórico. Visitei a Plaza 10 de Noviembre, a Casa de la moneda, andei pelas ruas do centro e fui ao convento de São Francisco.



A Casa da Moeda é o principal museu da cidade. Além de contar sobre a produção de moeda para todo o país o museu apresenta um pouco sobre a extração de prata e sobre a história da Bolívia. Vale muito a pena visitar!

Casa de la moneda
As ruas do centro de Potosí são um charme! Mesclam o toque da colonização espanhola com a cultura boliviana. Mesmo com suas ruas estreitas e aparentemente calmas sente-se o clima da Bolívia, com muita gente na rua, trânsito e bagunça. Há restaurantes para todos os gostos, lojas, barraquinhas nas ruas. O centro é bem movimentado!






Depois do almoço fui visitar o convento de São Francisco, pois iria para Sucre no fim da tarde. O convento é bem antigo também. Foi fundado em 1547 mas passou por diversas mudanças, chegando a ser demolido e reconstruído. A entrada é paga e a visita é guiada. Temos acesso à algumas obras de arte, à igreja, cripta e terraço. 








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